Pavimentadoras e rolos compactadores são usados em obras de recapeamento
Eles ajudam a garantir resistência e durabilidade do pavimento, além de trafegabilidade para os veículos
Pavimentadora nivela e pré-compacta o pavimento asfáltico (Divulgação/ Volvo)
Realizadas para melhorar a condição das rodovias, as obras de recapeamento são essenciais para recuperar o pavimento deteriorado por tráfego intenso de veículos, ações climáticas e infiltração de água, entre outros fatores. Os equipamentos precisam ser dimensionados para executar com rigor as especificações técnicas planejadas, sem exceder o custo operacional previsto em orçamento.
As usinas de asfalto devem produzir massa asfáltica com dosagem de agregados e condições térmicas adequadas, conforme estabelecido no projeto. Já rolos compactadores precisam executar com eficiência as camadas de base e sub-base do pavimento, para evitar rachaduras e outras irregularidades. Por último, os equipamentos de pavimentação e compactação devem fazer um selamento perfeito da camada asfáltica. Em síntese, quanto melhor cada etapa for executada, mais resistência e trafegabilidade serão garantidas para os veículos.
Entre os equipamentos de pavimentação, está a pavimentadora, conhecida também como vibroacabadora, que faz o trabalho de nivelar, aplicar e pré-compactar o pavimento, sendo importante para garantir o alinhamento do solo e deixar a via sem deformações. Juliano Gewehr, especialista de produto e aplicação da Ciber Equipamentos Rodoviários, informa que esse equipamento possui capacidade de produção de 350 toneladas por hora e conta com uma mesa compactadora com aquecimento elétrico para garantir 100% de homogeneidade de temperatura do asfalto.
TIPOS DE COMPACTAÇÃO
A compactação da camada asfáltica e o acabamento asseguram durabilidade ao asfalto. O gerente de produto da Volvo Road Machinery Latin America, Juliano Silva, conta que uma tecnologia incorporada nos rolos compactadores faz o controle eletrônico da compactação a partir de dados de GPS e determina a quantidade de passadas, ao mesmo tempo em que sensores aferem a temperatura da camada asfáltica, no momento em que o compactador está sendo operado.
De acordo com Silva, essa tecnologia utiliza a RNA-Rede Neural Artificial – também chamada de Inteligência Artificial – para medir a densidade do pavimento e compará-lo com os parâmetros estabelecidos em projeto. “O sistema é complexo, mas a interface com o operador é visual, simples e intuitiva e praticamente elimina as chances de erro na densidade e proporciona durabilidade ao pavimento”, pontua o profissional.
Gewehr, da Ciber, lembra que os rolos compactadores possuem sistemas de vibração e oscilação. A compactação por vibração garante bons resultados em diferentes condições de solo e asfalto. Os cilindros vibratórios geram um impacto resultante da interação entre a frequência (número de golpes por segundo), a amplitude (altura que o cilindro atinge durante a vibração), a velocidade da condução, o próprio peso do cilindro, a forma e o tamanho da área a ser compactada.
Já o sistema de oscilação possui vantagens como maior eficiência na compactação, por meio da combinação de carga estática e da aplicação de forças horizontais a partir do cilindro oscilatório. Os rolos permanecem em contato permanente como o solo, atingindo mais rapidamente a densidade máxima. “Ao utilizar a oscilação em locais onde não se pode vibrar, o cilindro dianteiro do compactador opera no modo estático, com a vibração desligada”, explica.
EXEMPLO DE RECUPERAÇÃO DO PAVIMENTO Um exemplo recente de recapeamento se deu na Rodovia Ayrton Senna (SP-070), que liga a capital paulista à região leste do estado. Um trecho de 35 quilômetros foi recuperado com a realização simultânea de trabalhos de fresagem e reciclagem do pavimento. Segundo Gewehr, da Ciber, as camadas danificadas foram removidas e a base foi tratada com cimento. Para a fresagem, foram utilizadas duas fresadoras de grande porte, e a britagem do material fresado foi feita por um britador de impacto montado sobre esteiras. “A reciclagem do material retirado da via foi feita por uma usina de reciclagem a frio móvel, que produz a espuma de asfalto dentro de uma câmara e o utiliza no próprio local da obra”, explica Gewehr, completando: “A reconstrução foi executada em duas camadas. A primeira foi a compactação das camadas de material asfáltico fresado, na qual foram usados dois rolos compactadores. A segunda foi compactada apenas com o rolo. Uma camada fina de mistura asfáltica com granulometria descontínua foi colocada acima da camada reciclada”. |
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COLABORAÇÃO
Juliano Gewehr, especialista de produto e aplicação da Ciber Equipamentos Rodoviários
Juliano Silva, gerente de produto da Volvo Road Machinery Latin America