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Piso condutivo isola ambientes hospitalares contra descargas estáticas

Sistema composto por piso vinílico e malha de cobre aterrada dissipa a eletricidade e evita danos a equipamentos eletrônicos usados em tratamentos

Publicado em: 28/11/2016

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Essenciais em centros cirúrgicos, os pisos condutivos têm a propriedade de assegurar a dissipação de descargas estáticas nesses ambientes. “No caso dos hospitais, é obrigatória a instalação desse piso técnico vinílico nas salas de cirurgia e de anestesia, por questões de segurança do paciente e da equipe médica”, sublinha a arquiteta Juliana Khouri, diretora do escritório Vitah Arquitetura, especializado em soluções na área da saúde. A determinação é da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), descrita na Resolução RDC 50/2002 - Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde.

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Isolamento elétrico promovido pelo piso condutivo evita a queima de equipamentos críticos para o tratamento dos pacientes (Crédito: Circlephoto/Shutterstock.com)

Em centros cirúrgicos, há uso constante de misturas anestésicas inflamáveis com o óxido nitroso e oxigênio, e de equipamentos médicos eletrônicos de alta precisão. “Durante os procedimentos, pode ocorrer o acúmulo de cargas elétricas pela fricção e afetar os resultados dos aparelhos cirúrgicos, queimar placas de processadores, além do risco de choque elétrico e explosão”, explica. A capacidade de dissipação das descargas estáticas dos pisos técnicos está na sua base condutiva de carbono e nas partículas de carbono eletrocondutoras presentes, permanentemente, em toda a espessura do material. “As cargas são conduzidas do piso para a malha de cobre instalada imediatamente sob ele. Da malha, a carga é descarregada no sistema de aterramento do edifício”, fala.

É obrigatória a instalação desse piso técnico vinílico nas salas de cirurgia e de anestesia, por questões de segurança do paciente e da equipe médica
Juliana Khouri

ESPECIFICAÇÃO

Nesses locais, é importante também que o piso ofereça grande resistência mecânica e seja resistente à frequente lavagem com uso de desinfetantes abrasivos. Os pisos condutivos de grandes fabricantes normalmente apresentam especificações técnicas similares. Eles podem ser em placas 60 x 60 cm ou rolo 2 x 20 m. É preciso levar em conta o aspecto geral do piso, como por exemplo, ser liso e sem porosidade, fendas ou ranhuras. Deve resistir a choques, ser impermeável e oferecer conforto térmico e acústico. “Recomendamos a aplicação de cores claras, para realçar a sujeira e suavizar o aspecto geral da sala. Os rodapés indicados para as salas são do tipo curvo, que evitam o acúmulo de sujeiras pelos cantos. Por este motivo, temos que ter uma atenção especial na instalação dos rodapés, com mão de obra especializada, a fim de garantir emendas perfeitas, sem fendas”, ensina Khouri.

INSTALAÇÃO

A instalação do piso condutivo requer muita atenção. A começar pelo contrapiso, que deve estar perfeitamente curado, limpo, seco e isento de qualquer umidade, liso e sem depressões. Eventuais irregularidades devem ser corrigidas. “Sobre o contrapiso é aplicado o aterramento, sempre com fitas de cobre, colocadas nas direções e distâncias indicadas pelo fabricante. Todo o sistema é conectado ao aterramento do edifício. O piso vinílico é aplicado com adesivo condutivo sobre a malha de cobre e as emendas do piso são soldadas a quente, sempre por mão de obra especializada. Esse recurso garante que o piso fique monolítico e sem fendas, evitando a proliferação de fungos e bactérias”, diz a arquiteta. Ela ainda alerta: “após a instalação, o piso não deve ser encerado em hipótese nenhuma, para que sejam preservadas suas características condutivas”.

Nunca devemos encerar pisos condutivos, pois a cera cria uma película que impede a correta dissipação das cargas
Juliana Khouri

MANUTENÇÃO

“A limpeza do piso condutivo é bastante simples e sua frequência depende do uso do local. Porém, quanto maior a frequência da limpeza, melhor a aparência do produto”, observa Khouri. Mas devem ser seguidas algumas recomendações, como não utilizar produtos solventes derivados de petróleo, que podem danificar seriamente o piso. A limpeza deve ser feita com detergente neutro e, em casos específicos de manchas por iodo, por exemplo, pode ser aplicado produto químico indicado pelo fabricante do piso. “Nunca devemos encerar pisos condutivos, pois a cera cria uma película que impede a correta dissipação das cargas”, reforça. A substituição de áreas danificadas do piso pede cuidado ao recortar o trecho, para não danificar a malha. A intervenção é seguida pela aplicação da nova peça com o adesivo condutivo recomendado pelo fabricante. Por fim, é preciso soldar o material ao piso existente para fechar as fendas.

Colaboração técnica

Juliana Khouri – Arquiteta formada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Anhembi Morumbi em 2002 e pós-graduada em Engenharia e Manutenção Hospitalar pelo IPH – Instituto Brasileiro de Pesquisas Hospitalares em 2004. Desde estagiária, atuou em hospitais e diversos escritórios de arquitetura, especializados na área hospitalar, dentre os quais se destacam Hospital Santa Cruz, Bross Consultoria e Arquitetura, e Hospital Israelita Albert Einstein. É diretora da Vitah Arquitetura, especializado em Soluções na Área da Saúde. Desde 2008 desenvolve e coordena projetos de arquitetura na área da saúde para hospitais de pequeno, médio e grande porte, clínicas médicas, centros médicos e laboratórios.