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Piso para área externa: como escolher o melhor tipo

Pedras naturais rústicas, porcelanatos e cerâmica terracota estão entre as opções mais indicadas pelos profissionais da construção. Um dos principais requisitos é ter propriedade antiderrapante e ser resistente a intempéries

Publicado em: 11/07/2023Atualizado em: 18/04/2024

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Piso cerâmico instalado em área externaO piso para área externa deve resistir às variações de temperatura (Foto: Alexandre Zveiger/Shutterstock)

A escolha do piso para área externa de residências e condomínios deve considerar a premissa inicial da sua propriedade antiderrapante, diante da maior e mais constante incidência de água da chuva. Nesse sentido, os materiais polidos são impensáveis para esse uso, por exemplo.

“Logo, os revestimentos que tenham um certo grau de rugosidade são sempre bem-vindos”, recomenda a arquiteta Patrícia Penna, do escritório que leva seu nome. É ideal, também, que o material seja resistente a desbotamento, impacto e variações por vezes bruscas de temperatura.

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Tipos de piso para área externa

Os melhores tipos de piso para área externa são:

  • Pedras naturais rústicas
  • Porcelanatos
  • Pisos drenantes
  • Cerâmica terracota

Vale lembrar que cada tipo de revestimento tem métodos próprios de assentamento, além do modelo ideal de argamassas e rejuntes a ser utilizado.

Saiba mais sobre cada uma das soluções logo abaixo.

Pedras naturais rústicas

De acordo com a arquiteta, as pedras naturais rústicas para áreas externas vão desde as tradicionais e mais comuns São Tomé, Madeira e Ardósia aos granitos e quartzitos com acabamento escovado ou flameado.

“Há, no mercado, porcelanatos dos mais variados tipos e marcas, e eles são uma opção desde que resistentes a intempéries e com acabamento próprio ao uso externo”, diz Penna, alertando que nem todo porcelanato é igual. “Variam – e muito – em qualidade e resistência”.

Porcelanatos

Capazes de resistir ao tráfego intenso e a exposição às intempéries, os porcelanatos empregados na área externa normalmente apresentam acabamento esmaltado. Menos escorregadio, o produto pode ter a aparência de outros materiais, como pedras, metais ou concreto — sendo, assim, possível de utilizá-lo nos mais variados projetos.

Vale destacar, porém, que o porcelanato empregado nessas condições demanda uma camada de proteção para torná-lo resistente à água da chuva. Assim, sua qualidade será preservada ao longo do tempo.

Piso cimentício instalado em área externaO piso para área externa tem métodos próprios de assentamento (Foto: Casa imágenes/Adobe Stock)

Pisos drenantes

Os pisos drenantes, também chamados de permeáveis, são a melhor escolha para calçadas, estacionamentos e amplas áreas de térreo. São produzidos em concreto poroso ou pavimento asfáltico, monolítico ou em blocos intertravados. Mas sempre com elevada durabilidade.

Leandro Guimarães Bais Martins, doutor em engenharia ambiental e sócio proprietário da Habito Educação Ambiental, aponta as famílias de pisos permeáveis: Pisos drenantes, pisos intertravados, também identificados como pavers; e blocos vazados, conhecido pelas denominações pisograma, concregrama ou bloquete vazado.

Cerâmica terracota

Nas áreas externas, urbanistas defendem o uso de revestimentos de piso permeáveis, de maneira a possibilitar o escoamento da água pluvial para o solo, contendo as enchentes nas cidades. A cerâmica em terracota cumpre essa função, pois não é esmaltada, o que valoriza sua aparência fosca e natural. E, ainda, apresenta bons coeficientes de atrito.

Por se tratar de material poroso e absorvente, o piso terracota pode apresentar eflorescência, manchando de branco sua superfície. Francisco Lorca, diretor Comercial da Cerâmica Del Favero, conta que seus produtos recebem um banho de produto químico que evita a penetração do sal solúvel próprio do cimento que compõe as peças.

Como assentar piso para área externa?

Para assentar piso em área externa é preciso usar a argamassa correta para pedras, porcelanatos ou cerâmicas, de preferência indicadas pelo fabricante ou fornecedor. Patrícia Penna destaca os rejuntes acrílicos e epoxílicos como os mais interessantes em razão de sua maior impermeabilidade e resistência a mofo.

Para assentar as peças de cerâmica terracota sobre o contrapiso, são empregadas argamassas industrializadas AC II ou AC III. Os rejuntes recomendados por Francisco Lorca são do tipo cimentício. “Por não ter camada de esmalte, o assentador tem que ter o capricho de não deixar rejunte sobre a placa cerâmica”, diz.

Já os pavers exigem apenas que as peças sejam arranjadas e encaixadas, para permitir a infiltração da água entre os espaços. O assentamento dos blocos vazados é feito diretamente sobre o solo nivelado e com compactação suave, dispensando camadas de sub-base. “A compactação está diretamente ligada à durabilidade da estabilidade da superfície”, ensina Bais Martins.

Colaboração técnica

Francisco Lorca – É biólogo formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e diretor Comercial da Cerâmica Del Favero.
Leandro Guimarães Bais Martins – Engenheiro ambiental, especialista em hidrologia e drenagem urbana, tem doutorado pela Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo. É professor universitário de graduação e pós-graduação e consultor de projetos de drenagem urbana e combate a inundações. Trabalha há mais de 10 anos com drenagem
Patricia Penna  No mercado há mais de 20 anos, a arquiteta Patricia Penna é destaque em mostras de decorações no Brasil e no exterior. Com a equipe multidisciplinar que faz parte do escritório Patricia Penna Arquitetura & Design, assina projetos de arquitetura e design de interiores nas áreas residenciais, corporativos e institucionais.