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Pisos para quadras variam conforme a modalidade esportiva

Nas externas deve-se utilizar revestimentos que possuam resistência à chuva, poluição e raios ultravioletas. Já nas internas, recomenda-se o concreto de alto desempenho, epóxi e PVC

Publicado em: 29/09/2014Atualizado em: 30/09/2014

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Texto: Gabriel Bonafé

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A especificação de pisos para quadras esportivas é condicionada pela modalidade de cada esporte. Por isso, o arquiteto precisa conhecer a atividade destinada àquele espaço para escolher um piso com propriedade correspondente ao esforço físico que será exigido do atleta, contribuindo com a sua segurança e desempenho durante a prática esportiva.

“É por esse motivo que a indústria oferece pisos específicos para cada modalidade de esporte, ressaltando o que é mais importante para cada uma delas”, justifica Elizabeth Elias, diretora de vendas da DAUD.

Deve-se considerar que quanto maior a flexão do piso, maior é a perda de energia por parte do atleta. No entanto, o risco de lesões por quedas acidentais e de saltos é menor
Renato Bernardi

As condições climáticas do ambiente — como incidência de luz solar, umidade e temperatura —, também interferem na escolha. Fora isso, para garantir total qualidade à quadra esportiva, o projetista precisa considerar as normas técnicas relacionadas ao produto especificado e à qualificação da mão de obra responsável pela execução do projeto.

PROPRIEDADES TÉCNICAS

Segundo Elizabeth, os pisos para quadras esportivas devem contemplar um conjunto de características. “Necessidade de amortecimento de impactos, os índices de impulso que o piso proporciona ao atleta e à bola (em esportes que a utilizam), e a propriedade antiderrapante do produto”, cita.

Cada modalidade de esporte irá ditar as características necessárias. No mais, os pisos devem oferecer, em comum, durabilidade e facilidade para manutenção e limpeza a fim de garantir segurança durante a prática esportiva.

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REVESTIMENTOS

Em quadras externas (sem cobertura), deve-se utilizar revestimentos que possuam resistência à chuva, poluição e raios ultravioletas (UV). Grama natural ou sintética, concreto de alto desempenho ou cimento, mantas de EPDM (borracha de etileno-propileno-dieno), borracha intertravada e massa asfáltica são alguns dos exemplos.

Já em quadras internas (fechadas ou com cobertura), a gama de revestimentos que podem ser aplicados é mais ampla — uma vez que a quadra não ficará exposta a agentes atmosféricos. Os elementos requerem proteções químicas que evitem a contaminação do atleta por contato dérmico ou por inalação dos compostos orgânicos voláteis durante as partidas. Entre os mais utilizados destacam-se o concreto de alto desempenho, epóxi, PVC, madeira flexível e flutuante, vinil, linóleo, borracha e poliuretano.

PISO DE MADEIRA

De acordo com o engenheiro Renato Bernardi, supervisor de educação e tecnologia do Centro Tecnológico do Mobiliário (CETEMO/SENAI), a madeira maciça aumenta a flexão do piso. “A flexibilidade é ocasionada pela ação da carga do pé de apoio do esportista sobre o piso e a sua recuperação depois da carga”, explica. “Deve-se considerar que quanto maior a flexão do piso, maior é a perda de energia por parte do atleta. No entanto, o risco de lesões por quedas acidentais e de saltos é menor”, acrescenta.

A estabilidade do piso de madeira se dá a 1/5 da umidade relativa do ar. “Desta forma, para ambientes de umidade relativa do ar de 60%, a umidade estável da madeira deve ser de 12%”, orienta Bernardi.

A instalação deve ser feita com cuidado e as tábuas não podem ser coladas umas nas outras, pois a madeira é um material que absorve e perde umidade. “A madeira deve estar livre para absorver as contrações e dilatações laterais”, adverte o engenheiro.

Pisos de borracha apresentam absorção de impactos e composição, garantindo a segurança dos locais em que são instalados
Elizabeth Elias

A fixação das tábuas de madeira nas viguetas deve ser feita com pregos sem cabeça ou com parafusos fixados na parte interna do macho das tábuas. “Desta maneira, os elementos de fixação ficam escamoteados e não correm o risco de provocar acidentes aos usuários das quadras”, finaliza Bernardi.

PISO DE BORRACHA

Elizabeth explica que os pisos de borracha, tanto em placas como em manta, são recomendados para locais onde a característica antiderrapante é sobressalente, como na Ginástica Olímpica e no entorno das raias esportivas. “Apresentam absorção de impactos e composição antiderrapante como propriedades naturais da borracha, garantindo a segurança dos locais em que são instalados”, esclarece.

Tais capacidades podem ser potencializadas conforme as diferentes especificações dos pisos de borracha, como espessura e método de fixação. “Quanto maior a espessura, mais sobressalentes serão as propriedades destacadas”, informa Elizabeth. “Além disso, o piso fixado com argamassa (integrado) possui qualidade antiderrapante e de absorção mais forte do que o fixado com cola (sobreposto)”, conclui a diretora.

Colaboraram para esta matéria

Elizabeth Elias – Advogada formada pela FMU e diretora de vendas da Pisos DAUD desde 2002.
Renato Bernardi – Possui graduação em Ciências Econômicas e especialização em Gestão Empresarial pela Universidade de Caxias do Sul. Também estudou Gestão estratégica de Instituições de Educação profissional e Tecnológica — CNI SENAI. É mestre em Engenharia de Ambiente, Energia e Materiais pela ULBRA (Universidade Luterana do Brasil), em Canoas. MBA em Gestão Estratégica de Instituições de Educação Profissional e Tecnologia. É Supervisor de Educação e Tecnologia do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (RS) e professor titular das disciplinas de Processos Produtivos, Gestão da Produção, Administração da Produção e Operação e Teoria das Restrições na FATEC (Faculdade de Tecnologia) de Bento Gonçalves, RS.