Pneus resistentes reduzem custos operacionais em obras e mineradoras
Para garantir o melhor desempenho dos equipamentos, resina substitui o ar no enchimento de pneus e aumenta a vida útil desses componentes
A aplicação e instalação correta de pneus evita transtornos desagradáveis, principalmente para equipamentos como retroescavadeiras, pás carregadeiras e caminhões off road que trabalham intensamente em terrenos com muitas pedras e objetos cortantes. A orientação dos especialistas é utilizar pneus com as especificações exatas estabelecidas pelos fabricantes de cada máquina, de preferência com a robustez necessária para os tipos de aplicações a que são submetidos.
As atualizações no mercado são eminentes, a começar que hoje, o ar já não é tão essencial para encher os pneus. O exemplo claro disso é uma tecnologia muito utilizada no Brasil: a tecflex. Trata-se da injeção de resina em estado líquido dentro do pneu já pressurizado, com ou sem câmera, que substitui o ar por completo. Depois de algumas horas, a resina reage internamente e forma uma borracha macia que evita o esvaziamento do pneu ao sofrer uma perfuração.
Essa tecnologia existe há mais de 50 anos nos Estados Unidos. No Brasil, a Tecpolimer é pioneira na fabricação do sistema tecflex para pneus e atua desde 1990 nesse mercado. Carlos Bernardino, coordenador de vendas da empresa, fala sobre os benefícios desse produto e a atuação da fabricante na construção civil.
“O investimento com preenchimento de pneu se paga rapidamente, pois diminui muito os custos com manutenção e aumenta a durabilidade dos pneus, além de contribuir diretamente com a produtividade da obra. Se perde muito tempo e dinheiro com transtornos desnecessários envolvendo esses componentes. Com a tecnologia tecflex, tudo isso pode ser evitado”.
Para ele, esse sistema de preenchimento é a melhor maneira de superar possíveis contratempos nas obras. “Com o tecflex calibrado,a pressão ideal é mantida até o fim da vida útil do pneu. Ele não vai rodar murcho, como pode ocorrer ocorre com pneus preenchidos a ar.Rodar com uma pressão 10% inferior ao ideal, aumenta o desgaste em pelo menos 20%”, completa.
Durabilidade 15% maior
Opções para enfrentar os desafios no terreno não faltam. A Michelin, por exemplo, fornece o pneu X-Super Terrain +. Disponível no tamanho 29.5 R25 é indicado para máquinas de grande porte, feito tanto para caminhões de estrutura rígida como articulados. Segundo o fabricante, essa opção garante rentabilidade devido a alta resistência a cortes e rasgos. Também aumenta a durabilidade da roda graças a uma carcaça durável que conta com um composto para reforçar a resistência.
Joaquim Lopes, gerente de pneus das áreas de infraestrutura e manutenção da Michelin, explica melhor a atuação: “Ele comporta toda a gama de soluções tecnológicas oferecidas para trabalhos em pedreiras e minas de superfície. Além disso, o pneu oferece mais segurança devido seu reforço nas laterais”.
De acordo com a Michelin, tanto em grandes obras quanto em minas de superfície, os pneus operam com agilidade. Já para caminhões articulados, a marca iniciou produção do Michelin XADN+ no Brasil, com rodas disponíveis nos tamanhos 23.5R25 e 26.5R25.
"Nos grandes terrenos e pedreiras, os equipamentos necessitam assegurar mobilidade permanente. Os caminhões articulados precisam de pneus capazes de desempenhar essas missões e o pneu Michelin XADN + proporciona até 15 % de longevidade adicional em relação a sua geração anterior", explica Lopes.
Resistência nos canteiros e minas subterrâneas
A Goodyear, por sua vez, também oferece pneus resistentes para enfrentar terrenos mais difíceis. A empresa utiliza uma tecnologia chamada de high stability, com o reforço de 15% mais na estrutura do pneu que proporciona resistência superior e maior estabilidade em carregadeiras e caminhões articulados.
Para carregadeiras de pequeno, médio e grande porte e para frentes de rocha e minas subterrâneas, a empresa destaca o pneu RL-5k, com boa durabilidade para pisos complexos, como explica Marco Cabeças, coordenador de produto e projetos de marketing comerciais da Goodyear.
“Todos os segmentos buscam desempenho e menor custo de obra. Para trabalhos em minas subterrâneas, isso não é diferente. Essa estrutura foi especialmente desenvolvida para terrenos adversos, com buracos e pedras”, diz.
Manutenção e cuidados especiais
Sobre a manutenção dos pneus, Marco destaca que não adianta apenas uma boa tecnologia. A conservação das rodas otimiza a performance nos terrenos. A Goodyear ministra cursos para dar apoio ao cliente antes, durante e depois da aquisição dos pneus.
O tempo que se leva para fazer a troca de um pneu depende muito do uso e do peso que as máquinas carregam. Quanto mais peso elas transportarem, mais o pneu terá dificuldade para se locomover, e com isso, o desgaste da roda é maior.
“São mais de trinta itens de manutenção que nossa equipe fornece aos clientes. Depende muito do peso que o equipamento vai carregar.Terreno também é outro fator decisivo. Se o pneu estiver atuando em pedreiras ou mineração, a durabilidade vai ser comprometida. Além disso, os usuários precisam fazer um rodízio para não haver desgastes adicionais no pneu”, completa Marco.
Colaboraram para esta matéria
-
Joaquim Lopes - gerente do segmento de pneus para insfraestrutura e manutenção da Michelin
Marco Cabeças - coordenador de produto e projetos de marketing da Goodyear
Carlos Bernardino - coordenador de vendas da Tecpolimer