Projeto de elevadores prioriza estética e valoriza edifícios
Além da segurança e do atendimento às normas técnicas, o projeto de elevadores também considera o desenho, a beleza e a qualidade dos materiais. Saiba mais
Muito além de um equipamento de transporte nos edifícios, o elevador é um elemento de valor agregado do empreendimento. “Um elevador de aço inoxidável, mesmo bonito esteticamente, é apenas o ‘arroz com feijão’”, constata Robert Bilton, diretor da Zapplift, empresa que há dez anos dedica-se às atividades de manutenção, consultoria e design de elevadores. Entre os edifícios em que a empresa já atuou executando o design dos elevadores estão os paulistanos Rochaverá e WTorre.
“O elevador é visto como um diferencial para o edifício. Recebemos o desenho do arquiteto e analisamos o que ele deseja que seja feito no elevador. Verificamos a viabilidade, se a tipologia de vidro escolhida está dentro das normas técnicas, ou se o material, apesar de bonito, pode amarelar em dois anos. Trabalhamos em conjunto com o fabricante do elevador para que a execução esteja de acordo com as normas de segurança. O corpo técnico deve trabalhar em sintonia com os projetistas do empreendimento, estabelecendo relação entre as questões técnicas e estéticas”, diz, acrescentando que por mais caros que sejam os materiais escolhidos pelo cliente, o serviço é realizado, o que prevalece é a valorização do edifício.
Segundo ele, na atividade de consultoria, também desempenhada pela empresa, são analisadas diversas variáveis do elevador, como a

tecnologia utilizada, velocidade e capacidade de fluxo, para a redução de custos posteriores com manutenções e reformas desnecessárias.
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Fascínio pelo belo
Para Bilton, o usuário vai se sentir confortável em seu interior e achar que o elevador é muito melhor, se tiver uma estética elaborada e bom funcionamento. Ele relata situações curiosas: “Ao fazermos a manutenção num elevador e implementarmos apenas um projeto estético, o cliente chega a achar que o funcionamento está superior. Assim como o contrário, casos em que modernizamos o quadril de controle do elevador, não alteramos a estética, e o cliente achou que não se fez nada”, conta. A Zapplift atende construtoras, arquitetos e edifícios, interessados em personalizar as cabinas dos elevadores, acompanhando a arquitetura dos demais setores dos edifícios, ou mesmo na atualização do design, dentro dos novos padrões adotados pelo mercado.
Entre os materiais mais utilizados para compor o visual dos elevadores, estão os vidros serigrafados em diversas cores, aço importado, madeira e mármore. “O mármore, sendo um material pesado, para ser colocado em um elevador deverá ter cerca de 2 cm de espessura, pesando 60 kg por metro quadrado. Se em uma cabina for colocado 20 m² , já serão 800 kg , então a máquina do elevador terá que ser muito forte para operar e o gasto seria de R$ 400 mil a mais”, observa o diretor.

A alternativa é utilizar a placa ‘slimstone’, solução mais leve, composta por rocha natural e laminado melamínico. “O ‘slimstone’, além de ser empregado em elevadores, está começando a ser utilizado em armários de cozinha, barcos e iates. O custo aumenta 25%, porém é bem mais leve, pois o mármore é cortado em uma espessura de 5 mm e o peso do metro quadrado é na faixa de 19 Kg ”, compara, enfatizando que a preocupação principal é que a decoração não afete o funcionamento do elevador, tanto no desempenho técnico quanto na segurança dos usuários. “Daí a importância que damos em analisar o projeto de design em conjunto com a empresa fornecedora do elevador”, comenta.
Durante a aplicação do design, são necessários cuidados com a manipulação dos materiais, que muitas vezes são frágeis. “Com relação à manutenção da decoração, a frequência é baixa, em torno de uma vez ao ano. Já a manutenção do maquinário é de, pelo menos, uma vez ao mês e consiste em processos de inspeção, limpeza, lubrificação e ajustes, reduzindo a quebra dos equipamentos e garantindo maior conforto e segurança”, diz.
Quanto à vida útil dos elevadores, Bilton arrisca o período de 35 anos, que considera a média da durabilidade em edifícios de São Paulo. “Os mais modernos, com comandos eletrônicos, já são superiores em relação aos antigos. Acredito que as modernizações tenderão a ser feitas com mais frequência, devido à alta inovação da tecnologia que os deixa cada vez mais rápidos, seguros e com sistemas modernos de despacho”, finaliza Robert Bilton.