menu-iconPortal AECweb

Redes de proteção seguras exigem cumprimento de norma ABNT NBR 16046

Materiais, acessórios e instalação devem estar em conformidade com a ABNT NBR 16046:2012 – Redes de proteção para edificações

Publicado em: 13/01/2015Atualizado em: 31/03/2023

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Redação AECweb / e-Construmarket

Redes de proteçãoDivulgação: Tela Segura

Redes de proteção normalmente são associadas ao quesito segurança, principalmente no fechamento de varandas, para evitar a queda de pessoas, animais ou objetos. Com ampla aplicação, elas também podem ser usadas na fase de obras da construção civil, para prevenir acidentes de trabalho, ou ainda para evitar que pássaros e outros animais entrem na edificação. “Em locais altos, onde há riscos à integridade física dos indivíduos, é imprescindível o uso da rede de proteção, sejam esses ambientes públicos, como clubes e hotéis, ou privados”, alerta Laudecir Goes, titular da empresa Tela Segura.

Veja também:
8 passos para aumentar a eficiência em suas obras

MATERIAIS: POLIAMIDA, POLIETILENO OU POLIÉSTER RECICLADO

Para determinadas aplicações, como a proteção de edificações para prevenir acidentes, os materiais, acessórios e a instalação devem estar em conformidade com as determinações da ABNT NBR 16046:2012 – Redes de proteção para edificações
Laudecir Goes

O empresário lembra que o produto pode ser fabricado a partir da poliamida ou do polietileno. “Na área esportiva, há também o uso do poliéster reciclado, material com melhor caimento pelo peso e durabilidade. Como em ambientes para práticas de esportes o objetivo é a absorção de impactos, as redes pesadas terão maior durabilidade”, completa.

Dependendo do fim, existem variados produtos disponíveis no mercado, com diferentes tipos, medidas, espessuras, malhas, sistemas de fabricação, entre outros. “Porém, para determinadas aplicações, como a proteção de edificações para prevenir acidentes, os materiais, acessórios e a instalação devem estar em conformidade com as determinações da ABNT NBR 16046:2012 – Redes de proteção para edificações”, afirma Goes, que integrou o grupo de trabalho responsável pela elaboração da norma técnica.

“Foram dois anos de estudos que resultaram, em 2012, na criação de norma exclusiva para proteção na posição vertical em edificações”, destaca o profissional. A ABNT NBR 16046 foi dividida em três partes. A primeira delas aborda os requisitos para fabricação da rede de proteção, a segunda destaca o conjunto de fios não-metálicos torcidos ou trançados utilizado para a fixação da rede de proteção, e a última aborda o procedimento de instalação.

ESPECIFICAÇÃO

A correta especificação do produto começa com a definição de qual é o objetivo a ser alcançado com a instalação. “Saber quem contratar ou qual será a forma de aplicar é imprescindível”, diz o profissional, alertando para a importância de optar por empresas capazes de comprovar sua capacitação. “O melhor a fazer é escolher um fornecedor com a certificação Abrasredes – Associação Brasileira de Empresas Técnicas em Instalações de Redes de Proteção e Segurança. Isso garante que a empresa é comprometida com as leis, tanto na questão de materiais utilizados, quanto nos critérios de segurança do trabalho e da responsabilidade civil que recai sobre contratantes”, esclarece.

O ambiente onde a rede de proteção será instalada é um fator que deve ser levado em consideração no momento de especificar a solução, pois o produto indicado para uma varanda não é igual àquele destinado a quadras poliesportivas ou piscinas. “As diferenças são grandes, a ponto de serem encarados como produtos e serviços totalmente distintos, assemelhando-se apenas na textura das matérias-primas utilizadas”, ressalta Goes.

Redes de proteçãoDivulgação: Tela Segura

Outro aspecto que requer atenção são os ganchos – elementos responsáveis pela fixação da rede. “Existem ganchos com diferentes características, e empresas que adotam métodos de trabalho distintos. Há ainda as buchas, que também apresentam variações. O importante é que todos os materiais estejam em conformidade com as normas”, fala.

SAIBA INSTALAR

Saber quem contratar ou qual será a forma de aplicar é imprescindível. O melhor a fazer é escolher um fornecedor com a certificação Abrasredes – Associação Brasileira de Empresas Técnicas em Instalações de Redes de Proteção e Segurança
Laudecir Goes

A instalação da rede de proteção deve considerar alguns cuidados quanto ao substrato onde será instalada (alvenaria, madeira, estrutura metálica); o espaçamento máximo entre os elementos de fixação e entre a rede e o substrato. “Além de cumprir o que determina a parte 3 da ABNT NBR 16046, é importante que a empresa realize teste de resistência do substrato e faça a adaptação das estruturas metálicas, quando for o caso”, adverte Goes.

MANUTENÇÃO

As redes de proteção, quando fabricadas e manuseadas de maneira adequada, têm vida útil de até oito anos. Quando expostas ao tempo, o período de resistência pode variar de acordo com a incidência dos raios solares. “Caso o material receba a luz do sol apenas em horários mais amenos, o produto terá maior durabilidade. Em contrapartida, se receber o sol do meio dia, terá vida útil reduzida”, comenta o profissional.

No caso de o produto ser usado para prevenção de acidentes com crianças, há uma determinação na norma técnica que estabelece garantia inflexível de três anos. “Após esse prazo, o consumidor deve realizar a substituição do produto”, completa.

MERCADO

No caso de o produto ser usado para prevenção de acidentes com crianças, há uma determinação na norma técnica que estabelece garantia inflexível de três anos. Após esse prazo, o consumidor deve realizar a substituição do produto
Laudecir Goes

A rede de proteção e seus componentes são vendidos por unidades de medida, sendo as redes por metro quadrado e, os acessórios, por unidades ou metros lineares. “Entretanto, o serviço de aplicação das redes não pode ser generalizado por metro quadrado, pois se assim fosse, haveria uma medida desproporcional de preços para o mercado, ou muito abaixo do valor adequado, ou muito acima do valor proporcional. Isso comprometeria a qualidade em quase 100% dos casos”, destaca Goes: “A instalação em uma janela de 1 m² pode gerar mais trabalho do que aquela feita em uma abertura de 4 m². Empresas que generalizam, informando valor fixo do metro quadrado para a instalação estão despreparadas para atender o mercado e podem reduzir os cuidados e a devida atenção que deve ser dada a cada situação, diminuindo também os investimentos em soluções ou em insumos”, ressalta.

Segundo o profissional, pode haver um valor aproximado com base no metro quadrado, mas esse número não pode ser tomado como padrão. “Os valores variam entre R$ 38 e R$ 75”, afirma.

É BOM SABER

Quando o assunto são as redes de proteção, é possível aliar segurança e estética. Existem empresas que procuram adequar a arquitetura do ambiente ao melhor aspecto visual possível. “Algumas das redes de proteção fabricadas atualmente proporcionam aspecto visual agradável para quem as utiliza, harmonizando com toda a decoração do ambiente residencial. Há meios e métodos adequados para a melhor apresentação possível, como adotar elementos pintados na cor da parede, usar redes de tons escuros ao invés do branco, optar por perfis de alumínio com pintura epóxi em cores que tornem o cenário harmonioso e obedecer os critérios de simetria. Tudo isso vai alterar os valores de cada obra, porém, dadas as devidas proporções, sempre será um baixo custo quando se levar em conta o objetivo do produto, a durabilidade da segurança ininterrupta durante 24 horas por dia e o efeito estético mais harmonioso possível”, conclui Goes.

Colaborou para esta matéria

Laudecir Goes – Empresário proprietário da Tela Segura. Iniciou na década de 1990 sua atuação no segmento de instalações de redes de proteção em diversos ambientes para os mais variados fins. Pioneiro no segmento na região de Santa Catarina. Interessado na criação de normas e regulamentos, foi convidado para fazer parte da comissão criada especialmente para o desenvolvimento de norma regulamentar. Integrou o grupo de trabalho que desenvolveu as normas técnicas de redes de proteção para edificações, ABNT/CEE-149/2010, hoje Norma Brasileira Regulamentar /NBR 146046-1, 2 e 3. É o principal fundador da Abrasredes – Associação Brasileira de Empresas Técnicas em Instalação de Redes de Proteção e Segurança.