Sistema de aquecimento solar é mais vantajoso que poupança
A economia na conta de energia é visível desde o primeiro mês de uso, e o retorno do investimento feito na aquisição da tecnologia aparece em dois anos
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
Investir no uso de energia solar para o aquecimento de água vale mais a pena do que aplicar o mesmo valor na poupança. A informação é confirmada pelos cálculos realizados pelo DASOL (Departamento Nacional de Aquecimento Solar) da ABRAVA (Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento). Contribui com esse cenário o fato de o Banco do Brasil ter criado um consórcio para a aquisição de bens e serviços sustentáveis. A instituição financiará famílias, empresas e propriedades rurais na aquisição e instalação de equipamentos de eficiência energética, capacitação e reúso de água
O consumidor que investe em aquecimento solar economiza a partir do primeiro mês e vê o retorno do seu investimento em cerca de dois anos somente com a redução na conta de luzMarcelo Mesquita
Os equipamentos para aproveitamento da energia solar térmica fazem parte da linha de financiamento. As cartas de crédito variam entre R$ 1,5 mil e R$ 7 mil, com planos de até 36 meses e taxas de administração a partir de 0,55% ao mês. As cartas de crédito para os serviços, abrangendo a instalação dos bens adquiridos, vão de R$ 1,5 mil a R$ 15 mil, com planos de até 30 meses e taxas de administração a partir de 0,56% ao mês. Segundo o banco, as cotas estão disponíveis para pessoas físicas e empresas. A contemplação ocorre por sorteio, com base nos resultados da Loteria Federal, ou por meio de lance. Não há taxa de adesão, incidência de juros ou IOF (Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros). As parcelas são debitadas em conta, e os não correntistas podem pagar por meio de boleto bancário.
- Leia mais:
Energia solar: solução para todos?
Entenda as diferenças e vantagens das energias solar fotovoltaica e termossolar
FAZENDO AS CONTAS
O investimento em sistema de aquecimento solar traz retorno rápido, segundo avalia Marcelo Mesquita, secretário executivo do DASOL. “Uma família de classe média que tem como hábito até cinco banhos diários, com duração média de oito minutos cada, gasta no total da conta de luz mensal cerca de R$ 164, aproximadamente (270 kWh). Esse valor pode variar em função dos hábitos de uso dos eletrodomésticos na residência e, principalmente, da potência do chuveiro elétrico”, diz. Entretanto, se a solução elétrica fosse substituída pelo aquecimento solar, essa residência apresentaria uma redução em seu consumo mensal de cerca de 70 kWh. “Na prática, é o aquecedor solar gerando energia gratuitamente e economizando recursos financeiros”, completa.
O uso da energia solar no aquecimento de água poupa eletricidade e, portanto, contribui para postergar os pesados investimentos em infraestrutura para a ampliação do parque elétrico nacionalMarcelo Mesquita
“O consumidor que investe em aquecimento solar economiza a partir do primeiro mês e vê o retorno do seu investimento em cerca de dois anos, somente com a redução na conta de luz. No caso de uma família de quatro pessoas, a residência deixará de pagar cerca de R$ 80 por mês e, após 24 meses, totalizará o valor aproximado de R$ 2 mil, quantia estimada para aquisição do sistema. Daí para frente será um lucro para essa família”, detalha Mesquita.
VANTAGENS PARA O PAÍS E O MEIO AMBIENTE
O uso da solução traz ganhos ao consumidor e ao país. “O uso da energia solar no aquecimento de água poupa eletricidade e, portanto, contribui para postergar os pesados investimentos em infraestrutura para a ampliação do parque elétrico nacional. Além disso, os quilowatts de energia elétrica que deixam de ser consumidos no aquecimento do banho são disponibilizados à sociedade para outras finalidades”, analisa Mesquita.
O meio ambiente também é beneficiado, já que adiar investimentos no sistema elétrico significa reduzir os impactos decorrentes da construção de novas usinas hidrelétricas. “Sem falar nas usinas termelétricas, que queimam combustíveis fósseis e liberam poluentes na atmosfera, tendo sido crescentemente acionadas para garantir o suprimento de energia no país”, completa. Para exemplificar, se os 11,9 milhões de habitantes da cidade de São Paulo adotassem a energia solar para aquecer a água do banho, a cidade deixaria de emitir 2,8 mil toneladas de CO2 e ainda faria uma economia anual de R$ 440 milhões em investimentos do governo em geração, transmissão e distribuição de energia.
Colaboraram para esta matéria
- Marcelo Mesquita – graduado em engenharia elétrica com especializações em planejamento do setor elétrico pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas); gestão de energia pelo Mackenzie; e gestão empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Atuou por 26 anos na Eletropaulo, nas áreas comercial e de eficiência energética. Em 2007, iniciou carreira como professor universitário nos cursos de graduação da Unisant’Anna. Desde agosto de 2009 ocupa o cargo de gestor do Departamento Nacional de Aquecimento Solar da ABRAVA.