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Veja por que usar tintas nas fachadas traz ganhos à edificação

Além de proteger contra as ações da umidade e da poluição, revestimento também colabora para melhorar o conforto térmico. Especialistas aconselham usar sempre produtos premium

Publicado em: 06/04/2018Atualizado em: 23/10/2023

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Os benefícios do uso de tinta na fachada estão relacionados ao conforto, proteção e custo-benefício (foto: doogdeeg / shutterstock)

Optar pelo uso de tintas no momento de executar o acabamento da fachada pode trazer diferentes vantagens. Além de proteger a edificação contra a umidade e a poluição e auxiliar no conforto térmico, a alternativa também reduz os custos com mão de obra se comparada a outros materiais comumente utilizados, como pedras, vidro ou painéis metálicos. Entram ainda para a lista de benefícios a rápida execução e a facilidade nas futuras manutenções.

Como o mercado recebe periodicamente novos tipos de tintas, é preciso atenção no momento da compra. “Deve-se sempre dar preferência à categoria premium, que tem alto poder de resistência e lavabilidade”, indica William Erivelto Saraiva, gerente de Produto da Lukscolor — Dovac Indústria e Comércio.

Veja tintas no Portal AECweb
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Segundo a ABNT, as tintas são classificadas em três grupos: premium, econômico e standard. Ainda conforme a norma, as que compõem o conjunto premium podem ser usadas tanto em ambientes internos quanto externos, apresentando alta durabilidade em ambos os casos. Proporcionam acabamento em cores que não desbotam com facilidade e são resistentes ao mofo e à umidade. Além disso, por serem inodoras, sua aplicação causa pouco incômodo.

“Ambientes externos, como fachadas de estabelecimentos, necessitam de tinta que resista aos efeitos do sol e da chuva”, complementa Tamara Góes, gerente de Produto da Coral — AkzoNobel Tintas Decorativas, indicando que existem soluções que criam uma película emborrachada flexível sobre as superfícies. Essa camada protege contra infiltrações e evita a propagação da umidade para as áreas internas. Ela também controla a permeabilidade para combater o surgimento de bolhas.

PROTEGENDO A FACHADA

Edificações com fachadas pintadas recebem proteções contra o mofo, a umidade e as ações de intempéries, mas não só. Nas regiões litorâneas, por exemplo, as camadas de tinta podem funcionar como barreira contra as ações da maresia. Já nos centros urbanos, alguns produtos evitam o acúmulo de sujeira nas superfícies e eliminam o risco do aparecimento de manchas causadas por respingos d’água, provenientes da chuva ou de atividades de limpeza.

Problema comum nas grandes cidades é utilização de sprays para vandalizar fachadas. A tinta antipichação é uma grande aliada no combate dessa ação. Contendo aditivos em sua composição, ela cria película protetora que evita a impregnação de outras substâncias. Assim, possibilita que pinturas indevidas sejam removidas com o uso de solvente ou mistura de água e sabão, sem interferir no aspecto original da superfície.

CUIDADOS NA HORA DA COMPRA

“No momento de adquirir o material, é importante ter informações sobre as dimensões da área, cor e acabamento desejados”, enumera Saraiva. O comprador precisa dedicar atenção especial ao tipo de superfície onde a tinta será aplicada, pois a solução indicada para madeira, por exemplo, é diferente das usadas sobre o gesso ou sobre a massa corrida. Empregar o produto inadequado pode causar problemas de aderência.

Ambientes externos, como fachadas de estabelecimentos, necessitam de tinta que resista aos efeitos do sol e da chuva
Tamara Góes

Segundo Góes, assim como as tintas, as demais soluções que serão utilizadas também têm que ser de qualidade comprovada. “A tinta precisa responder muito bem às intempéries, da mesma maneira que os produtos complementares usados no preparo da fachada, que devem ajudar a cobrir fissuras e criar camadas extras de proteção contra infiltrações”, complementa.

Apesar de os produtos premium serem mais caros do que os convencionais, o custo extra se justifica pela alta durabilidade e baixa necessidade de manutenção. “Há ainda uma excepcional cobertura e rendimento, ou seja, é possível utilizar poucas quantidades do material para cobrir áreas bem maiores, resultando em uma economia inteligente”, explica Saraiva.

QUALIDADE

Para garantir todos os benefícios que as tintas podem proporcionar, o consumidor precisa ter a certeza de que está adquirindo materiais fabricados em conformidade com as normas técnicas. Por isso, é importante optar pelas marcas que integram o Programa Setorial da Qualidade – Tintas Imobiliárias — da Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas (Abrafati).

“Hoje, o mercado de tintas premium já está bem divulgado, com presença crescente na construção civil de todo o país. Isso se tornou possível graças ao alto padrão de qualidade estabelecido pelo PSQ. A partir do programa, o segmento vem em um crescimento exponencial nos últimos anos”, destaca Saraiva. A relação de fabricantes que integram o PSQ pode ser consultada no site da Abrafati.

APLICAÇÃO

A pintura das fachadas é bastante semelhante à de superfícies internas. Antes de iniciar a aplicação, a preparação do substrato é realizada por meio da correção de imperfeições e retirada de impurezas. Mofo, pó, manchas de gordura ou umidade são outros problemas que devem ser tratados previamente, pois têm potencial de comprometer o resultado final. Partes soltas de reboco ou de pintura velha também merecem atenção.

Geralmente, as embalagens trazem instruções sobre a correta diluição, a quantidade de demãos a ser aplicada e o tempo necessário para secagem. Depois de pronta, a pintura precisa ser renovada com uma frequência determinada por diferentes fatores, como a intensidade das intempéries que atingem a superfície e a qualidade do produto aplicado.

“A presença de manifestações patológicas, como fissuras, infiltrações, bolhas, descascamento, desgaste da resina ou um visível desbotamento, são sinais que também indicam a necessidade de restauro”, fala Góes.

CONFORTO TÉRMICO

A definição da cor da tinta tem que levar em consideração tanto a estética do empreendimento quanto o conforto térmico dos ambientes internos. “A influência das tonalidades é total, portanto, é sempre recomendado que se utilize cores claras para melhor reflexão da radiação”, comenta Saraiva. A radiação solar é um dos elementos que mais contribuem para o ganho térmico em edifícios.

A absortância — razão entre o fluxo da radiação absorvida por uma superfície e o fluxo que incide sobre ela — solar das tintas interfere diretamente no desempenho térmico das superfícies pintadas. Isso significa que, quanto mais baixa é a absortância solar da fachada, menor será sua temperatura.

“A substituição de pigmentos convencionais por colorantes refletivos que absorvem menos radiação infravermelha permite a produção de tintas coloridas similares, porém, com menor absortância solar. Essas soluções permitem a redução de temperaturas superficiais nos edifícios, minimizando a necessidade de energia para refrigeração artificialmente condicionada”, finaliza Góes.

Leia também: Fachadas eficientes podem utilizar vidro, brises ou cobertura vegetal

Colaboração técnica

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William Erivelto Saraiva  – Formado em Química pela Faculdade São Bernardo (FASB) e pós-graduado em Gestão e Engenharia de Produto pela Universidade de São Paulo (USP). É gerente de Produto da Lukscolor Tintas — Dovac Indústria e Comércio.
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Tamara Góes  – Formada em Publicidade com ênfase em Promoção e Merchandising pela Universidade Metodista de São Paulo e com MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getulio Vargas. Há cerca de um ano e meio, assumiu a gerência de Produto da Coral —AkzoNobel Tintas Decorativas, ficando responsável pela área de inovação e portfólio das linhas de tintas para parede e teto. Na empresa há 15 anos, já atuou como coordenadora e gerente de marcas especialistas: Sparlack e Hammerite; liderou projetos de portfólios de marcas e produtos; coordenou trade marketing nacional e trabalhou com o programa de fidelidade com o lojista.