Viaduto Santo Amaro não precisará ser demolido
Ao contrário do que previam especialistas, laudos técnicos apontam que a recuperação da estrutura é possível. Prefeitura autoriza reabertura parcial da via para ônibus
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
Estrutura do complexo viário não foi comprometida (Foto: Irene Beatriz e Tamires Menezes)
A Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras (Siurb) informou, no dia 23 de fevereiro, que o viaduto Santo Amaro, em São Paulo, não precisará ser demolido. No dia 13 do mesmo mês, ele sofreu sérios danos decorrentes de um acidente seguido de incêndio envolvendo dois caminhões. A decisão da Siurb se ampara em dois laudos técnicos que avaliaram a situação do complexo viário, concluindo que estrutura não foi comprometida.
“Será feito um jateamento da parte inferior do viaduto Santo Amaro, para que os materiais que porventura estejam soltos não caiam sobre os veículos que passarem na Avenida dos Bandeirantes — já que, obviamente, a estrutura vai apresentar uma vibração maior. Vamos instalar uma tela de proteção para evitar que algum acidente possa ocorrer”, disse o secretário do Siurb, Roberto Garibe.
Será feito um jateamento da parte inferior do viaduto Santo Amaro, para que os materiais que porventura estejam soltos não caiam sobre os veículos que passarem na Avenida dos Bandeirantes — já que, obviamente, a estrutura vai apresentar uma vibração maiorRoberto Garibe
A execução dos laudos técnicos foi feita pelas empresas Concremat e Falcão Bauer, e os resultados foram avaliados pelo professor Pedro Afonso de Oliveira Almeida, que é engenheiro civil, mestre em Engenharia de Estruturas, Doutor em Engenharia pela Universidade de São Paulo (USP) e pós-doutor em Engenharia na Espanha.
O viaduto Santo Amaro continua sob monitoramento da Siurb, que analisará os novos resultados para definir as próximas etapas de reparação da estrutura. “Estamos estudando uma possibilidade de recuperação por cima do viaduto, uma possibilidade de recuperação inferior a ele e uma outra que é estabelecer um novo apoio. Isso vai depender de como a estrutura vai se comportar nos próximos dias”, revelou Garibe.
LAUDO CONTRARIA PREVISÃO DE ESPECIALISTAS
A resolução do caso contraria especialistas que previam a demolição e reconstrução do complexo viário como única solução. Na opinião de Cassia Silveira de Assis, coordenadora de engenharia civil do Instituto Mauá de Tecnologia, a estrutura não teria condição de ser reparada, pois o incêndio faz o concreto virar uma "farofa", além de provocar o escoamento das barras de aço.
Ao se evitar a demolição do viaduto Santo Amaro, o município poupará cerca de R$ 40 milhões, valor que seria gasto se houvesse implosão e nova construção.
REABERTURA PARCIAL
A prefeitura autorizou a reabertura parcial do viaduto para tráfego exclusivo de ônibus no sentido bairro-centro. A outra parte da estrutura permanece interditada, aguardando as próximas análises. As mais de 25 linhas de ônibus que circulam pela via estavam, até então, atuando em operação especial.
O INCIDENTE
Na madrugada do dia 13 de fevereiro, dois caminhões colidiram embaixo do viaduto Santo Amaro quando passavam na Avenida dos Bandeirantes, zona sul da cidade, provocando uma explosão. O acidente não deixou feridos, mas a chama liberada por material inflamável que era transportado por um dos veículos causou estragos estruturais em 60 metros de extensão do viaduto, que foi, então, interditado.
Após a limpeza do local e escoramento da estrutura, a Siurb contratou a execução de ensaios e coleta de materiais da construção para a elaborar o laudo técnico. Já nos laudos preliminares, foi apontado que o concreto e as armaduras passivas ainda apresentavam resistência satisfatória.
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