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O que é o PEX e como funciona para instalações hidráulicas?

Engenheiro especializado em sistemas prediais fala sobre o material e os diferenciais da tecnologia para uso em obras residenciais

Publicado em: 03/03/2022

Texto: Eric Cozza

imagem de um sistema pex de instalacoes hidraulicas em um banheiro
Sistema PEX para instalações hidráulicas: menor quantidade de conexões diminui a necessidade de mão de obra e reduz a ocorrência de patologias e vazamentos (Foto: Shutterstock)

Sigla que corresponde a polietileno reticulado, o PEX foi introduzido no mercado brasileiro nos anos 1990. Muitos profissionais da construção, engenharia civil e arquitetura ainda possuem dúvidas sobre o funcionamento do sistema em instalações hidráulicas prediais

O avanço nos canteiros de obras dos kits hidráulicos industrializados, que são entregues etiquetados e prontos para instalação, têm contribuído para aumentar ainda mais a curiosidade técnica dos profissionais. Afinal, vários desses kits empregam tubos e conexões em PEX.

Engenheiro civil formado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, com mestrado pela mesma instituição, Humberto Farina é diretor da INPrediais. Professor convidado de cursos de educação continuada, é especialista em sistemas prediais hidráulicos, de energia, telecomunicações e prevenção e combate a incêndio. Ele é o convidado do podcast “AEC Responde” para falar sobre o uso do PEX nos sistemas prediais hidrossanitários.

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AEC Responde – O que é o sistema PEX para instalações hidráulicas prediais?

Humberto Farina – O sistema PEX é composto por tubulações feitas de polietileno e conexões específicas. O X da sigla PEX corresponde à reticulação, uma propriedade que o polietileno possui para ganhar memória física e resistência. Esse plástico tem a capacidade de se deformar e voltar ao estado inicial. Existem três tipos de reticulação: PEX A, PEX B e PEX C – sendo o A o mais reticulado e o C o menos. Para instalação hidráulica, temos no mercado fabricantes com PEX tipo A e B. Trata-se de uma tubulação flexível – mas não de forma exagerada – que possui uma curvatura longa, facilitando a instalação. O material é adquirido e entregue em rolos. Então, você consegue soltar diâmetros pequenos com mais facilidade e muito menos conexões. E aí você ganha ao ter menos pontos passíveis de falha. O sistema é viável para instalações com diâmetros de até 32mm, até uma polegada. Acima disso, a barra do PEX começa a ficar rígida e já se usa praticamente da mesma forma que uma tubulação tradicional.

AEC Responde – Além do número menor de conexões, quais seriam os principais diferenciais do sistema PEX?

Farina – Há uma grande vantagem em termos de estoque, de compra e logística. Você acaba tendo grande quantidade em bobinas e, na obra, tem a facilidade de lançamento. Menos pontos de conexão também geram menor exigência de mão de obra para executar. E o sistema pode ser aplicado tanto para água fria quanto para água quente. Você pode substituir, portanto, toda a instalação hidráulica da casa ou de um apartamento por essas tubulações, por conta dos diâmetros que abrangem as faixas dos dimensionamentos para esses usos.

Se o profissional forçar a barra e tentar passar em um ângulo fechado, pode ser que haja uma dobra na tubulação. Outro ponto de atenção é a passagem em elementos metálicos
Eng. Humberto Farina, diretor da INPrediais

As pessoas também perguntam: O que são kits hidráulicos industrializados?

AEC Responde – A manutenção é mais simples ou não?

Farina – Quando acontece vazamento, é preciso ter um profissional com ferramentas apropriadas para fazer a correção. E isso não é o dia a dia. Não é qualquer profissional de manutenção que possui esse tipo de ferramenta. Então, acaba custando mais caro. Porém, isso só acontece quando a manutenção é necessária. E há uma chance de ter menos eventos desse tipo com o uso do sistema.

AEC Responde – E para evitar esse tipo de problema? Existem cuidados ou pontos de atenção para evitar erros ou patologias?

Farina – Falando de obra, de construção, há sim. No lançamento dos tubos, às vezes, é necessário fazer um ângulo de curvatura pequena, 90 graus, curtinha. Essa tubulação, apesar de ser flexível, não consegue fazer. Será necessária uma conexão, um cotovelo da linha PEX para instalar. Se o profissional forçar a barra e tentar passar em um ângulo fechado, pode ser que haja uma dobra na tubulação. Outro ponto de atenção é a passagem em elementos metálicos. Por exemplo, você faz a instalação da hidráulica e, de repente, tem uma instalação de drywall chegando sobre ela. Se não houver nenhum cuidado de ter passantes ou proteções dessa tubulação contra o impacto ou o atrito daqueles montantes, das barras metálicas, isso pode vir a causar um problema na tubulação. São cuidados que parecem óbvios, mas é o que observamos nos canteiros quando não se tem uma boa mão de obra especializada.

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Colaboração técnica

Humberto Farina – Graduado em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, com mestrado pela mesma instituição, é diretor da INPrediais, atuando em consultoria e inovações tecnológicas na área de Engenharia de Sistemas Prediais e Infraestrutura. Professor convidado de cursos de extensão e educação continuada da Poli-USP, é especialista em sistemas prediais hidráulicos, de energia, de telecomunicações e de prevenção e combate a incêndio.