Posso não te conhecer pessoalmente, mas tenho certeza de que, ao menos uma vez na vida, você pensou em ter um lugar para chamar de (seu) lar. Seja para investimento ou moradia própria, são altas as chances de você ter ouvido um conselho para comprar um imóvel. E não é para menos. Afinal, a cultura de comprar um apartamento está enraizada no brasileiro.
Segundo dados da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), a venda de imóveis cresceu cerca de 26,1% no ano passado. Ainda de acordo com a entidade, há uma projeção de alta de 38% nos lançamentos de unidades. Esses números podem te surpreender, uma vez que de acordo com a pesquisa da agência de transformação digital Today, a geração Y – nascidos entre 1980 e 1995 – preferem alugar imóveis ao invés de comprá-los. A verdade é que os novos empreendimentos estão no radar de mais pessoas do que se imagina.
É claro que a mudança de estilo de vida e a pivotação de carreira impactam diretamente nas decisões de aquisição imobiliária. É compreensível que uma geração mais imediatista não esteja preparada para o comprometimento com um financiamento de longo prazo. Engana-se, entretanto, aqueles que acreditam que isso engloba todo mundo. Prova disso são os dados da Euromonitor: cerca de 22% dos Millennials ainda enxergam a casa própria como uma prioridade, mesmo que isso signifique comprar um pouco mais tarde.
Isso porque há uma cartela extensa de vantagens na aquisição de um imóvel novo, como: melhores infraestruturas que requerem menos necessidades de reparos e consertos, barateando assim o condomínio; a valorização do imóvel e do bairro, atraindo comerciantes para áreas mais próximas de apartamentos que estão sendo construídos e planejados, entre muitas outras vantagens.
É possível que você já tenha se deparado com vários artigos que defendem o aluguel como uma opção mais barata, já que o imóvel passa a ser somente seu após você efetivamente quitar essa compra. "Se você gastaria R$ 2.000 por mês no seu financiamento e R$ 1.500 em um aluguel, estaria economizando R$ 500". Uma conta que parecia fazer sentido quando a SELIC estava no patamar de 10%. Esse pensamento não está errado, ele só não traz toda a verdade por trás dessa decisão.
Explico: os R$ 1.500 que você está pagando no seu aluguel, em um ano, sofrerão um reajuste por meio do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M). Aquela economia de R$ 500 que você achou que estava fazendo, anualmente, vai diminuindo cada vez mais. Além disso, na maioria das vezes, você precisaria arcar com todas as modificações feitas durante o seu período na moradia, quando decidir mudar para uma outra. Entre uma mudança e outra, você estaria gastando todo o seu "pé de meia".
A verdade é que, no fim do dia, todos queremos ter um lar para chamar de nosso. Hoje, mais do que nunca, é necessário um planejamento. Embora, muitas vezes, as crises não venham com uma placa de sinalização, o mercado imobiliário está se recuperando de uma crise seguida da outra. É por isso que o setor deve se adaptar aos novos tempos e às novas demandas.
O setor imobiliário precisa se manter atualizado para avançar na conquista desse público, aproveitando o aquecimento do mercado ocasionado pela baixa da Selic e a queda dos juros. Com financiamentos mais baratos, as pessoas estão a um passo mais próximo de realizar o sonho do imóvel próprio com todos os benefícios apresentados. Estabelecendo essa relação de confiança, podemos, juntos, harmonizar o sonho da casa própria para aqueles que tanto almejam ela.