Tour virtual, apartamento em 3D e contrato digital. Essas expressões foram muito utilizadas desde o início da pandemia, em março. Mas já te adianto: elas não vão acabar com o fim do isolamento social. A verdade é que o mercado imobiliário se reinventou mais uma vez e mostrou que a tecnologia que já existia pode ficar ainda melhor – e mais eficiente.
É verdade que nada substitui a visita física a um imóvel, mas é possível levar as pessoas para realizarem um tour com grande qualidade de imagens, vídeos e informações. É assim que o comprador vai tomar sua decisão, selecionar melhor suas opções e, quem sabe, até escolher seu novo imóvel sem sair de casa.
A Covid-19 e o distanciamento social obrigaram todos os setores a se redescobrirem. E olha que o segmento imobiliário tem experiência nisso. Mas dessa vez, as descobertas vieram de uma forma muito veloz, intensa e – mais do que isso – assertiva.
Empreendimentos, construtoras e imobiliárias precisaram parar e pensar em como manter seus negócios, sem perder valor e clientes. A tecnologia sempre esteve presente no nosso dia a dia, mas a pandemia fez com que olhássemos para ela com outros olhos: com olhar de inovação.
Mas será que é possível usar a tecnologia de forma tão determinante até influenciar o poder de compra de uma pessoa? Muitos me falam: "Alex, um imóvel é diferente. Não é como se fosse comprar roupa ou celular". Outros pensam que ninguém vai visitar online e, muito menos, fechar contratos virtualmente. De fato, é uma escolha muito mais pensada, que envolve planejamento e dinheiro (muitas vezes, economias de uma vida). Mas o nosso papel, enquanto mercado, é colocar o comprador dentro do apartamento, como se ele estivesse lá e não no sofá da sua casa. E por quê? Porque é assim que o consumidor faz suas escolhas, de forma cada vez mais conectada, mas sem perder a sensação de conhecer o local de verdade.
Essa missão tem se tornado cada vez mais possível e, nesse ano, a crise causada pela Covid-19 acelerou esse processo. A jornada de compra que antes podia durar meses, mudou completamente. Costumo dizer que a cada 10 apartamentos pesquisados na Internet, o comprador visita 3 ou 4 e compra um. Por isso, é importante facilitar a seleção dessas visitas, sejam elas online ou no próprio local.
Não faz muito tempo que o caminho para selecionar um novo imóvel era mais longo: pesquisar os inúmeros apartamentos na Internet; selecionar os mais interessantes de acordo com a localização, a quantidade de dormitórios e os diferenciais; em seguida, visitar um por um, até escolher o ideal.
No entanto, com estandes e apartamentos decorados com acesso restrito para visitas presenciais a partir do fim de março, as incorporadoras e imobiliárias que negociam imóveis foram obrigadas a oferecer novos recursos para que os clientes pudessem conhecer as unidades à venda.
Para que as novas plataformas online cumpram o papel de conquistar o cliente, é preciso investir em tecnologia de ponta. Não estamos aqui falando sobre aqueles tours com uma colagem de fotos mais simples, que qualquer pessoa consegue notar as emendas. E sim, sobre aquelas visitas que parecem um passeio de verdade, mesmo sendo online. A ideia é que a pessoa se sinta dentro do imóvel e que, em cada ambiente, encontre legendas que chamam a atenção para os detalhes importantes. Essas transformações tecnológicas não alteram somente a vida do comprador ou dos portais de vendas de imóveis. São inovações que mexem com o mercado como um todo: desde a imobiliária e a construtora, até as empresas que vendem essas ferramentas modernas, que a gente nem imaginava usar. E são essas mudanças que fazem com que o segmento cresça ainda mais e, até mesmo, crie negócios, atraindo empregos e outras formas de renda.
E para quem estava se perguntando se o mercado imobiliário realmente está movimentado na pandemia, os números não me deixam mentir. Só na cidade de São Paulo, segundo o Sindicato da Habitação (Secovi-SP), as vendas de apartamentos novos atingiram 4.341 unidades em julho, número 45,5% superior ao de junho e 21,1% acima do registrado no mesmo mês do ano passado. Isso demonstra que as pessoas seguem buscando imóveis, analisando as opções e comprando. Por que não fazer esse caminho ser ainda melhor? A tecnologia sempre foi aliada, mas agora ela é parte essencial do negócio. O mercado imobiliário mudou para melhor.