As mulheres estão, cada vez mais, ganhando espaços e dominando territórios que antes eram considerados redutos exclusivamente masculinos. Óbvio que ainda há muitas conquistas, como o de igualdade salarial, por exemplo, em vários setores da economia. Lembrando que essa é uma luta não só das brasileiras, mas em todo o mundo. Porém, aqui no Brasil, há um setor onde as mulheres já são maioria, onde elas dominam o mercado e grandes nomes se destacam pela grandiosidade dos trabalhos que desenvolvem: o de arquitetura e urbanismo.
De acordo com o último senso do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR), dos 128 mil profissionais registrados no país, 61% são mulheres. Uma tendência que vem crescendo ao longo das décadas e que se confirma principalmente nos cursos de graduação de Norte a Sul, onde é visível a predominância das mulheres. Uma história que começou lá atrás, nos Estados Unidos, com Marion Mahony Griffin, considerada a primeira mulher a se tornar arquiteta, graduada pelo Massachussets Institute of Technology, em 1894.
De lá para cá, algumas mulheres vêm se destacando como arquitetas e urbanistas pelo mundo, reverenciadas por suas obras, como Denise Scott Brown, Kazuyo Sejima e Zaha Hadid. No Brasil, não há como deixar de fora dessa lista as arquitetas Lina Bo Bardi, italiana que migrou para o Brasil em 1946 e que tem entre suas obras mais famosas o Museu de Arte de São Paulo (MASP) e o SESC Pompéia, e Rosa Grena Kliass, pioneira do paisagismo brasileiro, responsável pelo projeto de reurbanização do Vale do Anhangabaú e do Parque da Juventude, em São Paulo.
Porém, há uma sensação de que muitas arquitetas ainda não têm o devido reconhecimento. Algo que o sentimento de justiça de um grupo feminino formado por jovens profissionais da área espera corrigir, com o lançamento de uma publicação prevista para o próximo mês (abril), a Revista Arquitetas Invisíveis. O objetivo da obra é valorizar e dar visibilidade à produção arquitetônica feminina, além de compartilhar conhecimento e reflexões para contribuir para o avanço das discussões de gênero no campo da arquitetura e áreas relacionadas.
Certamente que a publicação só contribuirá para levar luz ao trabalho de tantas profissionais, colaborando ainda mais para o desenvolvimento da arquitetura e urbanismo em nosso país. Como também ajudará a enaltecer e valorizar o papel da mulher na sociedade.