Você tem certeza que um produto dito “eco” é amigo do meio ambiente ou então que todo produto ecológico é sustentável? É tempo de revisar os conceitos e de, principalmente, questionar e pesquisar. Assim, como você, milhares de consumidores também são confundidos por empresas que querem aparecer como “verdes” e acabam se aproveitando de suas boas intenções.
Contudo, a questão não é exclusividade nossa. Nos países de língua inglesa são publicadas pesquisas que apontam o mesmo problema, consumidores engajados com as questões ambientais, sociais e de saúde, que pagam mais por produtos ditos verdes e muitas destas escolhas são também equivocadas.
Assim, surgirá em breve um novo personagem neste cenário, o detetive verde, um Sherlock Holmes dos novos tempos, que irá buscar por meio de investigação o que está por traz dos rótulos e das embalagens dos produtos propalados como verdes, “naturais”, “ecológicos”, entre muitas outras. Afinal, a grande tendência hoje é ter ações sustentáveis, voltadas não apenas para o meio ambiente, mas para as pessoas e também para a competitividade dos negócios. Só que, enquanto muitas empresas estão seguindo estes novos preceitos do desenvolvimento sustentável, muitas acharam o atalho fácil de apenas falarem que são verdes, chamando seus antigos produtos de eco, por exemplo.
Na cartilha do detetive verde, serão premissas: procurar por garantias independentes como o Selo FSC (para madeiras), o Selo Procel (para eletrodomésticos), o Selo Conpet (para produtos à gás), o Selo SustentaX (para produtos e serviços), os Selos EcoCert ou IBD (para orgânicos), entre outros; desconfiar sempre de imagens em anúncios ou embalagens que associam o produto à natureza, utilizando florestas e animais selvagens; duvidar cada vez mais do prefixo “eco” e da palavra natural (e outras do gênero, como 100% orgânico, ecológico, amigo do meio ambiente, etc).
Não podemos nos esquecer que a Internet é ferramenta importante para a troca de informações entre os consumidores. A facilidade de acesso, a interação, o dinamismo e a oportunidade de publicar fotos e informações em tempo real é um instrumento importante para os consumidores interagirem e manifestarem-se. Não mais a lupa, agora o detetive verde passará a consultar mais a Internet e os aplicativos, nos smartphones, que surgem como o que permite consultar pelo código de barras, informações relativas não apenas ao produto, mas também à empresa e saber se ela é poluidora, se já empregou trabalho infantil ou escravo, por exemplo.
São os novos tempos do detetive verde no qual as empresas serão forçadas a terem a ética como balizadora de suas relações com os consumidores.