Como comprar boxe de banheiro?
Escolher o modelo, o tipo de vidro e a película adequada faz toda diferença. Confira as dicas e acerte na escolha!
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
(Foto: Shutterstock)
O primeiro passo para especificar o boxe de banheiro é entender o espaço e o formato da área destinada, além da circulação e da disposição das louças sanitárias existentes no ambiente. Esta é a primeira dica do arquiteto Flavio Cunha Machado, diretor do escritório SET Arquitetura. “A partir dessas premissas é possível avaliar a melhor opção de modelo e de kit de abertura”, diz.
MODELOS DE BOXE
Boxe para ducha - constituído por apenas uma folha de vidro fixa ao lado do chuveiro, que evita que a água respingue para fora do espaço.
Dica: “É interessante que, neste caso, exista um desnível entre o piso da área do boxe e do banheiro”, orienta. Quando a folha fixa está muito próxima a algum obstáculo, como o vaso sanitário, é comum o usuário se molhar para abrir o chuveiro. “Em nossos projetos, tomamos o cuidado de instalar os registros do lado oposto à ducha, para que isso não aconteça”, afirma.
Boxe “com janela” - modelo de boxe que apresenta uma espécie de “janela”, para instalação na folha fixa que fica próxima ao registro.
Boxe de canto - tem fechamento em “L”, sendo duas folhas fixas encostadas nas paredes e duas de correr que abrem uma passagem na ponta do boxe.
Boxe reto - o mais comum, com duas folhas: uma fixa e outra de correr.
Modelos especiais:
- Fechamento com porta camarão
- Barra com roldanas aparentes e portas de correr
- Com abertura pivotante
- Piso teto
- Linha minimalista
Dica: “Atualmente, os projetos de boxe piso teto são os mais solicitados e ganharam as páginas das revistas de arquitetura”, fala o arquiteto. São modelos variados, que vão desde folhas apenas de vidro até os de vidro com perfis minimalistas ou com serralheria artística, além dos mais variados modelos de aberturas. “Depende apenas da criatividade de cada projeto”, relata.
Vidros de segurança
A escolha do boxe de banheiro deve se pautar pela segurança dos usuários, afinal, trata-se de um fechamento em vidro. Glória Cardoso, gerente de Vendas e Marketing da Blindex, lembra que existe uma norma técnica, a ABNT NBR 14207, que recomenda três tipos de vidros de segurança para esse tipo de aplicação.
- Vidro temperado: cerca de cinco vezes mais resistente do que o vidro monolítico (comum), ou seja, mais difícil de quebrar e, se vier a quebrar, fragmenta-se em pedaços pequenos, arredondados e não pontiagudos.
- Vidro laminado: formado por duas chapas de vidro monolítico (comum) unidas por um polímero chamado PVB (Polivinil Butiral) que, em caso de quebra, não produz fragmentos soltos.
- Vidro temperado com película de segurança: vidro que soma a retenção de cacos, característica dos vidros laminados, à resistência cinco vezes superior oferecida pelos vidros temperados.
De acordo com a profissional, a escolha ideal para boxe é o temperado com película de segurança, que garante segurança ao usuário em caso de quebra e com resistência superior. Já o laminado, apesar de suas propriedades, fica devendo em resistência.
Privacidade e estética
As películas adequadas para a aplicação em vidros temperados para boxe são transparentes, não alteram em nada os aspectos estéticos do vidro e devem ser específicas para aumentar a segurança do produto. “Ou seja, ainda que muito finas, precisam ser suficientemente robustas para suportar o peso do vidro quebrado, sem que haja rompimento e queda de cacos”, explica.
O boxe não precisa ser, necessariamente, transparente. Usuários que preferem privacidade na hora do banho contam com vidros que passam por processos de texturização e serigrafia. “No caso dos vidros texturizados, são criados padrões na própria superfície do produto, configurando diferentes texturas. Ainda que mantida a translucidez, eles diminuem a transparência, de modo que o usuário possa ter privacidade no ambiente”, diz Cardoso.
Boxes acessíveis
“Alguns banheiros acessíveis não utilizam boxe, mas o mercado criativo e inovador disponibiliza algumas soluções”, ressalta Machado. Espaço para circulação e utilização são os critérios prioritários para o projeto do boxe de acordo com as regras da acessibilidade, assim como a maior abertura possível do vão para passagem.
Para atender a essa exigência, há boxes acessíveis com portas camarão com abertura total do vão. Outo modelo bastante utilizado é o de porta de correr com trilho superior, deixando livre a passagem no piso. No entanto, exige um bom vão. “Projetos de boxes acessíveis também devem atentar para o uso de sistema de ralo linear, para contenção da água”, diz.
A importância da manutenção
Considerando que boxe de vidro é um produto composto por vidro, perfis e acessórios, é fundamental que todos os componentes sejam projetados para garantir seu perfeito funcionamento. Guias, aparadores e travas de segurança, por exemplo, são peças fundamentais para que o boxe não apenas funcione da forma correta, mas também garanta a segurança do usuário em caso de alguma falha.
Daí a importância de o usuário proceder à manutenção anualmente, conforme orienta a norma técnica. “A falta de manutenção traz riscos à segurança de quem utiliza o produto, pois o desgaste natural das peças que compõem o boxe de banheiro pode fazê-las falhar e provocar a quebra do vidro”, alerta a profissional, contando que a Blindex criou a campanha “Todos pela segurança”, que orienta sobre a necessidade da manutenção preventiva, procedimento que prolonga a vida útil do boxe e garante a segurança do usuário.
A equipe técnica avalia o bom desempenho de todos os componentes do boxe, desde as roldanas e trava de segurança até os aparadores inferior e superior, guia da porta, suporte de parede e sua trava, puxador e dobradiça. “Na manutenção preventiva, são verificados a instalação e o sistema de fixação, além do estado de conservação dos componentes”, explica. Caso haja necessidade, deve ser feita a substituição dos componentes do kit de manutenção que apresentarem desgaste.
Fornecedor confiável
Glória Cardoso ressalta que a correta instalação dos boxes para banheiro é um fator primordial para garantir seu funcionamento. “Portanto, escolher fornecedores comprovadamente capacitados, que trabalham com produtos originais testados e aprovados, que não apenas conhecem, mas seguem e mencionam as normas dos boxes com os quais trabalham, é o primeiro passo para que a aquisição e a utilização dos vidros na obra não tragam dores de cabeça para os clientes”, conclui.
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Contato
a.i. Mayra Reis |mayra.reis@almagestao.com.br
Colaboração técnica
- Flavio Cunha Machado – Com mais de 25 anos de experiência, iniciou sua vivência profissional aos 13 anos, em um escritório de arquitetura, período em que ingressou no curso de Edificações, na Escola Técnica Oswaldo Cruz Paes Leme. Ele chegou a manusear prancheta, caneta nanquim, papel vegetal e réguas normógrafo, detalhe que acredita ser um diferencial com relação a uma visão de escala e proporção. No comando do escritório SET Arquitetura e Construções, desenvolve projetos e executa obras nos segmentos corporativo, comercial, residencial, predial, interiores e hoteleiro.
- Glória Cardoso – É formada em Marketing pela Universidade de São Paulo – USP – com especialização em Estatística e Economia pela Princeton University, NJ - USA e MBA em Gestão de negócios pela Fundação Getúlio Vargas – FGV/SP. É gerente de Marketing e Vendas da Blindex, com quase 12 anos de experiência em vidros para arquitetura, construção e decoração.