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Guindastes rodoviários – inteligência sobre rodas

Já houve a tentativa de substituí-los por elevadores de carga, gruas, minigruas e até guindastes sobre esteiras. Mas nenhum outro equipamento consegue levantar cargas numa altura razoável com a flexibilidade de deslocamento na horizontal como eles

Publicado em: 18/06/2014

Texto: Redação PE

Essenciais nas operações de içamento vertical em canteiros e indústrias, os guindastes sobre rodas variam de acordo com a capacidade de carga e a topografia do terreno. Os modelos AT (All Terrain), por exemplo, são adequados para todos os tipos de terrenos e suportam cargas leves e pesadas que podem chegar a 1.200 toneladas. Já os RT (Rough Terrain) possuem excelente desempenho em terrenos acidentados ou fora de estradas.

Nesse comparativo, o foco são modelos na faixa de 60 toneladas, geralmente utilizados em movimentações em áreas industriais pela mobilidade com o material transportado.

Observa-se que as funções do guindaste sobre rodas podem ser desempenhadas por outros equipamentos de movimentação de materiais pesados na construção civil, como o elevador de carga, os guindastes fixos (grua e minigrua) e os móveis (guindastes sobre esteiras). O diferencial dessa categoria é a mobilidade horizontal com materiais pesados, isto é, as cargas são içadas numa altura razoável com flexibilidade de deslocamento.

Transporte e operação

O transporte da máquina deve se adequar à legislação específica, estabelecida na NBR 10852, e às precauções adequadas para garantir a fixação do equipamento normalmente transportado em carretas. Também deve obedecer à velocidade máxima e às sinalizações de excesso no comprimento, na largura e na altura de pontes e viadutos.

“O trabalho deve ser feito por operadores muito bem treinados antes de atuarem num canteiro de obras. É fundamental contar com equipes especializadas”, diz o diretor do Instituto Opus, Wilson de Mello Jr. “Outro fator relevante é a fiscalização desse trabalho, de modo a precaver possíveis acidentes e ações que fujam dos regulamentos previstos na NR18”, acrescenta. Wilson reforça também que qualquer máquina de içamento e movimentação de cargas precisa ter a manutenção conforme as orientações do fabricante e por meio de complementação dos planos e das ações preventivas.

Na hora de alugar ou comprar

Para escolher entre locar e comprar, é possível fazer uma conta que indique os custos mensal e inicial com o equipamento, as despesas com manutenção e o tempo de utilização. “Com base na análise desses fatores, é preciso levar em consideração o uso previsto do equipamento. Entretanto, na maioria das vezes, a locação é a escolha mais comum, por causa dos benefícios oferecidos, como serviços de manutenção e suporte ao usuário”, explica o engenheiro Silvimar Reis, diretor de logística e equipamentos da Galvão Engenharia. "Comprar vale a pena apenas quando o tempo de utilização é longo, a aplicação é frequente e há indisponibilidade no mercado locador", analisa.

O usuário também deve verificar se o fornecedor oferece garantia e seguros que previnam posteriores prejuízos em relação ao equipamento, além de calcular a carga conforme o comprimento e o ângulo de abertura da lança e calcular o comprimento e a carga máxima da extremidade da lança para planejar o transporte vertical.

“Os modelos do tipo AT de maior porte são mais solicitados para obras com prazo mais longo de execução, assim como os RT e os equipamentos sobre esteiras”, explica o diretor e proprietário da Guindastes Centro Oeste, Diego Scopel. “Por esse motivo, as empresas do setor devem compor a frota com um mix que contemple tanto os modelos menores quanto os AT e os RT.”

Força mecânica sobre rodas

Alguns modelos têm elevada procura no mercado brasileiro, na categoria de 60 toneladas. A Liebherr oferece o guindaste móvel AT LTM 1060-3.1, com longos sistemas de lança. Para atender às variadas condições de trânsito, a fabricante deu especial atenção à bem elaborada distribuição das placas de contrapeso, além da moderna tecnologia em mecanismo de translação e de dimensões compactas, para proporcionar uma operação segura. O equipamento tem capacidade máxima de carga no alcance de 60 toneladas num raio de 2,1 metros.

A XCMG produz o caminhão e o guindaste como um conjunto único, o que torna o equipamento mais homogêneo, pois, de acordo com a empresa, isso abaixa o centro de gravidade da máquina e, consequentemente, aumenta sua capacidade de içamento. O modelo sobre rodas da empresa mais próximo à categoria destacada na matéria é o caminhão-guindaste QY50K-II, com capacidade máxima de levantamento de 50 toneladas e lança com alcance de 57,7 metros. Depois desse, vêm os modelos a partir de 75 toneladas.

O guindaste telescópico RT 765-E da Manitowoc é desenvolvido para trabalhar em terrenos acidentados. Capaz de elevar cargas de até 60 toneladas em alturas de 36,4 metros, ele tem extensão opcional que permite alcance de até 65,2 metros. A lança tem quatro seções e comprimento de 11 a 33,5 metros. A máquina possui motor Cummins a diesel de 240 cavalos de potência. As quatro rodas são tracionadas e o comando de direção é hidráulico e totalmente independente.

A Grove fornece o RT 760, com capacidade de 60 toneladas, indicado para terrenos acidentados. O guindaste compartilha a lança Megaform encontrada em equipamentos GMK, mas com a adição da lança telescópica sincronizada presente em modelos para terrenos acidentados da Grove. Com direção “multimodo” nas quatro rodas e cabine Série E com IMC PAT I-Flex 5, o equipamento otimiza a mobilidade e a confiança do operador no local de trabalho.

A Sany possui o modelo STC 600, com estrutura integrada por solda fabricada em aço de alta resistência. O motor Cummins ISL e 340-30 tem potência nominal de 340 hp e 2.100 rpm, além de tanque de combustível com capacidade de 300 litros. A lança principal possui cinco segmentos parcialmente sincronizados, mecanismo telescópico auxiliado por dois cilindros e polias, e válvula de equilíbrio montada no cilindro. Os dispositivos de segurança desse guindaste contam com monitor LCD colorido, e carga do moitão com gancho integrado, incluindo carga nominal, comprimento da lança, ângulo, altura de elevação, configuração de parâmetros integrada e limite de segurança.