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Montagem e concretagem de steel deck exigem cuidados especiais

Muito utilizadas em edifícios multipavimentos, fôrmas colaborantes têm simples execução, mas não podem prescindir de planejamento e controles. Saiba mais

Publicado em: 21/05/2018Atualizado em: 17/10/2022

Texto: Juliana Nakamura

Projeto de hospitais
Para garantir o desempenho do sistema, deve-se tomar alguns cuidados durante a montagem e concretagem do steel deck (HacKLeR/shutterstock)

Cada vez mais aproveitadas na construção de edifícios multipavimentos, as lajes steel deck estão presentes em diferentes tipologias de empreendimentos: residências, centros comerciais, hospitais, hotéis, escolas, mezaninos e edifícios industriais. A boa relação custo-benefício, a execução simples, além da possibilidade de combinar vantagens técnicas do aço e do concreto são alguns motivos que impulsionam seu uso.

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Outras conveniências atreladas a essa solução construtiva são o bom comportamento em incêndios e a possibilidade de o projetista estrutural aproveitar a geometria das lajes para facilitar a passagem dos dutos de instalações e a fixação de forros. “Em função de características como a possibilidade de eliminar a carpintaria do canteiro, o steel deck acaba ganhando importância em obras que demandam velocidade de execução, seja acompanhando estruturas metálicas, de concreto ou mistas”, comenta o engenheiro Tomás Vieira, diretor de metálicas da Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (Abece).

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SISTEMAS MISTOS

O steel deck consiste da utilização de uma fôrma permanente de aço galvanizado e nervuras. Antes da concretagem, a chapa metálica atua como plataforma de serviço e molde para o concreto. Após a concretagem, os dois materiais (aço e concreto) solidarizam-se, formando o sistema misto que atua como armadura positiva.

Em função de características como a possibilidade de eliminar a carpintaria do canteiro, o steel deck acaba ganhando importância em obras que demandam velocidade de execução
Tomás Vieira

“A utilização do steel deck é mais vantajosa quando a solução é pensada já na etapa de projeto, adotando-se uma modulação de vãos adequada ao uso do produto”, afirma a engenheira Bianca Barros, especialista em steel deck na Perfilor. Segundo ela, a única situação que exige maior cuidado é em ambientes marítimos, onde a laje ficará exposta sem forro. “O sistema também deixa de ser competitivo quando o vão a ser vencido supera os limites tabelados pelo fabricante para seu uso sem escoramento”, acrescenta o engenheiro Humberto Napoli Bellei, coordenador da comissão que elaborou a norma ABNT NBR 1.6421, que aborda as lajes mistas.

O mercado brasileiro disponibiliza steel deck com chapas em três espessuras – 0,80 mm, 0,95 mm e 1,25 mm – e comprimentos que variam de acordo com o projeto, chegando a 12 m, que é o limite para o transporte por carreta.

A utilização do steel deck é mais vantajosa quando a solução é pensada já na etapa de projeto, adotando-se uma modulação de vãos adequada ao uso do produto
Bianca Barros

PONTOS CRÍTICOS

Seja qual for a aplicação, é importante que a especificação da laje mista seja acompanhada de alguns cuidados. Para começar, o projeto deve respeitar o limite dos vãos, sobrecargas e espessura das chapas e do concreto indicados pelo fabricante. O mesmo se aplica aos sistemas de apoio e fixação.

As boas práticas na execução devem abranger, ainda, a conferência do material na chegada ao canteiro de obra, a estocagem em local seco e o manuseio adequado.

“A concretagem deve ser realizada em faixas, evitando-se o acúmulo de concreto em um único ponto e, consequentemente, a ocorrência de flecha excessiva”, orienta Barros. Recomenda-se concreto convencional, com resistência à compressão (fck) maior ou igual a 20 MPa.

O uso de espaçadores para o correto posicionamento da malha contra fissuração também é importante para garantir o cobrimento mínimo do concreto. “No capeamento, é necessário o uso de armadura nas duas direções para evitar fissuras por retração e/ou variações de temperatura do concreto”, explica Bellei. Segundo ele, também devem ser previstas armaduras localizadas (acima das vigas principais, no contorno de pilares etc.) para evitar possíveis fissuras por tendência de continuidade da laje sobre os apoios.

“No caso da utilização de conectores stud bolt, quando a estrutura é dimensionada no sistema de viga mista, outro cuidado a ser tomado é verificar a qualidade da solda por meio de testes de dobramento dos pinos”, adiciona Barros.

NORMAS TÉCNICAS

Principais textos normativos que estabelecem requisitos e ensaios para o steel deck:

• ABNT NBR 16.421:2015 – Telha-fôrma de Aço Colaborante para Laje Mista de Aço e Concreto – Requisitos e Ensaios
• ABNT NBR 6.118:2014 – Projeto de Estrutura de Concreto – Procedimento
• ABNT NBR 8.800:2008 – Projeto de Execução de Estruturas de Aço e de Estruturas Mistas de Aço e Concreto de Edifícios
• ABNT NBR 10.735:1989 – Chapas de Aço de Alta Resistência Mecânica Zincadas
• ABNT NBR 14.323:1999 – Dimensionamento de Estruturas de Aço de Edifícios em Situação de Incêndio

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Colaboração técnica

Humberto Napoli Bellei – Engenheiro-civil com mestrado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). É projetista de estruturas e professor no Centro Universitário de Belo Horizonte. Coautor do manual Estruturas de Pequeno Porte, publicado pelo Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA), foi coordenador da comissão que elaborou a norma ABNT NBR 16.421:2015
Tomás Vieira – Engenheiro-civil, é diretor de metálicas da Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (Abece) e engenheiro de projetos na Companhia de Projetos
Bianca Barros – Engenheira-civil formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e pós-graduada em Administração pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). Atua, há 17 anos, nos segmentos de coberturas, fechamentos metálicos e steel deck da Perfilor