O esfarelamento é uma grave intercorrência nas propriedades técnicas do concreto ou da argamassa. Está relacionado ao excesso de água, dosagem incorreta do traço, uso de materiais de baixa qualidade ou utilização logo após o término do início de pega. Também pode ocorrer em razão das fissuras de retração, que resultam nas infiltrações.
O problema foi detectado em uma fábrica de pré-moldados de concreto, localizada na cidade de Barreiros (PE). Após a secagem do produto final, foi observada a desagregação quase total da peça durante a etapa da desforma. Para evitar prejuízo maior na fabricação, a empresa recorreu ao apoio técnico da Votorantim Cimentos, fornecedora da matéria-prima.
“Depois de analisar o caso, constatou-se que a patologia não era consequência da qualidade do cimento CP II Z-32 utilizado na fabricação do pré-moldado, nem do traço utilizado para o preparo, que estava com as proporções adequadas. O problema estava no uso de um plastificante incompatível com o cimento”, relata Lucas Harb, consultor de Desenvolvimento Técnico de Mercado (DTM) da Votorantim Cimentos.
Para comprovar a ocorrência do esfarelamento nas peças pré-moldadas de concreto foi realizado um teste de modo a preservar o traço utilizado no cimento que apresentou o problema – contudo, sem o uso do aditivo. Dessa vez, a peça desformou normalmente e manteve a resistência esperada.
“Por se tratar de uma pequena fábrica, não havia um laboratório ou um controle da quantidade de plastificante utilizada em cada traço, o que inevitavelmente ocasionou o problema relatado. Assim, o cliente foi orientado a dispensar o uso deste aditivo durante a fabricação das peças”, explica Harb.
Evitar o esfarelamento não é uma tarefa complexa, mas exige cuidados básicos. O preparo do concreto, por exemplo, deve contar com materiais e cimento de qualidade. Uma boa dica é o cimento Obras Especiais Industrial, da Votorantim Cimentos, que se destaca pela resistência superior e secagem ultrarrápida em pré-moldados.
Utilizar a quantidade exata de água especificada, assim como obedecer aos traços adequados, são ações que garantem as propriedades técnicas do material. Deve-se, ainda, considerar o tempo de cura do concreto para não usá-lo antes do tempo recomendado.
“Quando em excesso, a água acaba exsudando e enfraquecendo o concreto, levando ao esfarelamento. Provoca uma fraca ligação entre os componentes, deixando o material mais suscetível a uma segregação, que tenderá a fazer com que seus agregados fiquem soltos ou fáceis de remover. A exsudação ocorre nas primeiras idades do concreto, mas pode comprometer sua durabilidade ao longo dos anos”, detalha o engenheiro Bruno Alexandre Mainardi Noal, da Votorantim Cimentos.
Vale ressaltar que a patologia também é muito comum em outros tipos de aplicação, como contrapisos, lajes e fachadas. Nessas situações, os aspectos mais decisivos e que podem interferir na durabilidade do revestimento são a preparação da base, a seleção dos materiais e a composição.
Em aplicações de contrapiso é possível corrigir o problema, especialmente quando a causa for o excesso de água no momento do acabamento. Para isso, recomenda-se a aplicação da nata de cimento com uma vassoura grossa para fortalecer a superfície.
Também existem aditivos à base de silicatos ativos que promovem uma cristalização do cimento, indicados quando o erro está no excesso de água dentro do traço utilizado. "Independentemente do tratamento adotado, é sempre importante fazer um teste em uma pequena área para verificar a eficácia do método. Já quando o motivo for falta de cimento no traço, a recomendação é refazer o contrapiso”, esclarece Mainardi.
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